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sábado, 29 de janeiro de 2011

Melanoma


                Melanoma é o nome dado a neoplasias malignas de melanócitos. Melanócitos interagem preferencialmente com queratinócitos, formando unidades de pigmentação. Em situações normais, existe 1 melanócito para cada 5 a 8 queratinócitos e estima-se que cada melanócito possa se relacionar diretamente com até 35 queratinócitos.
                Melanócitos na unidade de pigmentação geralmente não se encontram em estado de proliferação. Entretanto isso não é regra; em respostas a situações pró-inflamatórias, os queratinócitos podem estimular essa proliferação. Em geral, os queratinócitos inibem a proliferação dos melanócitos e acredita-se que essa inibição dependa do contato célula-célula e seja definida por proteínas sinalizadoras de membrana (E-caderinas).
                Em melanomas, a expressão dessas proteínas funcionais é diminuída ou elas são mutadas, entretanto, não há evidências de que isso seja um mecanismo operante na proliferação de melanomas. Essa diminuição de E-caderinas em melanomas estimula a expressão de N-caderinas em fibroblastos dérmicos, em células endoteliais e em melanócitos normais. Nesses últimos, além disso, a expressão de E-caderinas também é diminuída. Isso mostra a interação que um tumor pode ter com as células normais ao seu redor.
                Os principais fatores mitogênicos de melanócitos são sintetizados por fibroblastos e queratinócitos e têm sua produção estimulada por radiação ultravioleta. Em melanomas, observa-se a produção desses fatores pelas próprias células tumorais. Isso tem sido interpretado como um possível fator de evasão de crescimento radial do processo de morte celular. Esses fatores mitogênicos estimulariam vias de proliferação celular e também vias bioquímicas de sobrevivência ou de resistência à apoptose. Essa via explicaria a sustentação de melanomas na derme sem a dependência do contato com queratinócitos.
                Apesar do conhecimento nessa área ter crescido, a incidência de melanomas também tem crescido e esse é um tipo de tumor de alta mortalidade se diagnosticado tardiamente. Sabendo disso, a ideia dos pesquisadores da área é desenvolver marcadores que permitam o diagnostico o mais precoce possível, para que dê tempo de o tratamento cirúrgico ainda ser curativo.

Fonte: 2005 FERREIRA, Carlos Gil e ROCHA, José Cláudio Casali da. Oncologia molecular. Rio de Janeiro:
Atheneu. 2004

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