Os resultados de vários grandes estudos epidemiológicos têm estabelecido firmemente que o álcool está associado a elevada incidência de câncer e mortalidade. Seu consumo provoca cânceres da cavidade oral, faringe, laringe, esôfago, cólon, fígado, pâncreas e mama feminina. A freqüência da maioria das doenças induzidas por álcool aumenta de forma linear com o aumento da ingestão. Nestes estudos, foi demonstrado que a ingestão de todos os tipos de bebidas alcoólicas está associado com um risco aumentado, o que sugere que o etanol é o próprio composto crucial que faz com que ocorra a doença.
O papel do álcool na carcinogênse pode se dar através do aumento da expressão de certos oncogenes ou pelo prejuízo da capacidade da célula de reparar o DNA, aumentando, assim, a probabilidade de mutações oncogênicas. Os mecanismos subjacentes de como o álcool influencia no aparecimento do câncer não estão claros, mas vários fatores têm sido sugeridos: efeito local do etanol e do acetaldeído, deficiências nutricionais, mudanças no grau de metilação, vigilância imunológica, angiogênese.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou o consumo de álcool como um dos 10 maiores riscos para a Carga Global de Doença. Em todo o mundo, 3,6% de todos os cânceres (5,2% em homens, 1,7% nas mulheres) são atribuíveis ao consumo de álcool. Entre as mulheres, o câncer de mama é composto de 60% dos cânceres atribuíveis ao álcool.
Muito pouco se sabe sobre as margens de segurança do consumo de álcool. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos sugere um máximo de 28 g de álcool por dia no homem e metade disso para mulheres. Nesse caso, talvez seja melhor pecar pela falta do que pelo excesso.
Por Marcela Peres
Fonte: Artigo “Alcohol and gastroinstestinal oncology”, Testino, G. e Borro, P.; em “World Journal Gastrointest Oncology” de 15 agosto de 2010
A hipocrisia e o poder das grandes produtoras de cerveja muitas vezes abafam essas informações.
ResponderExcluirPárabens pelo blog.