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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Crucíferas

É preciso um estudo detalhado para afirmarmos sobre a ação anticarcinogênica de certo vegetal ou de certa fruta. Não se pode generalizar.
É comum ouvirmos que determinados tipos de frutas e vegetais previnem câncer ou mesmo que podem provocá-lo. Muitas vezes, essas afirmações não são baseadas em conclusões científicas, e sim em senso comum.
         Para se ter certeza de que determinado vegetal tem ação anticarcinogênica, é preciso fazer um estudo mais específico e saber quais dos seus componentes são responsáveis por essa ação.
Repolho, couve, couve-flor e brócolis são exemplos de crucíferos
         Estudos foram feitos com o grupo dos vegetais crucíferos - como couve, couve-flor, brócolis, mostarda e repolho - e foi comprovada sua ação preventiva contra cânceres de pulmão e estômago. Isso acontece devido a sua alta taxa de glicosinolatos. Essas moléculas são transformadas, nas células das plantas, em dois fitoquímicos antineoplásicos, o indol-3-carbinol (I3C) e o ITC.
Em modelos animais, o I3C inibe a carcinogênese, e em humanos demonstrou-se a inibição do crescimento de vários tipos de células tumorais. Quando em contato com o ácido gástrico, ele se condensa e forma diversos produtos, entre eles, o 3,3’-diindolilmetano (DIM), que possui ação comprovadamente preventiva contra o câncer. Foi demonstrado que o DIM atenua inflamações, aumenta a apoptose e pára o ciclo celular de linhagens tumorais.
Já o ITC demonstrou ser efetivo em inibir a carcinogênese química em animais através, também, da inibição do ciclo celular das linhagens tumorais e do estímulo à apoptose.
Estudos epidemiológicos já associaram o consumo de vegetais ricos em glicosinolatos a uma redução do risco de diversos cânceres, incluindo, além dos que já foram citados, os cânceres de mama, de endométrio, e de próstata. No entanto, ainda seria prematuro dizer que os vegetais crucíferos e outras plantas que possuem glicosinolatos são eficazes contra todos os tipos de câncer.
Como também não se comprovou nenhum efeito danoso da inclusão desses alimentos na dieta, vale ter o benefício da dúvida. Como já dizia o menino da propaganda da Sustagen: “MÃE, EU QUERO BRÓCOLIS!”

Por Marcela Peres
Fonte: Artigo “Cruciferous vegetable intake and the risk of human cancer: epidemiological evidence”, KIM, M. K. e PARK, H. Y 

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